quinta-feira, abril 21, 2005

*- Fire on You -*

Um estímulo, uma caneta e um papel...

Tríade importante e muito presente em minha vida, ainda mais, nas vidas que cruzam os caminhos não só em caracteres azuis de um fundo preto mas também para aqueles que se deparam com as formas disformes de um fundo branco com riscos azuis...



Não apague o fogo agora, a penumbra é perfeita, deixe seus olhos se acostumarem, olhos da felina que és... permita o gosto vermelho do vinho, liberdade do instinto...

Deixe os sentidos conduzirem, não há objetivos nem caminhos, descubra a direção através do ser, sinta as energias que cruzam por entre teus dedos, o toque, o calor nas mãos, sensação...
O vinho mantêm em tua boca o gosto quente, desejo, o seco, o tato... cada mílimetro de teu ser emana um suave perfume, respiração... o gosto, o sabor... mãos que viajam no espaço expressam a vontade, desejo, o toque, revela a textura de tua pele, teu cabelo... macio, revela teu rosto, olhos fechados... respiração, momento, sentimento... inspiração, sinta a pele através das faces enquanto se cruzam, os pelos de teu pescoço, e corpo arrepiam como a felina eriça-se, o som... parece vir de todos os lados, os sentidos... perdidos aguçados de tal forma que não mais conversam entre si, luzes e estrelas perambulam nas sombras, nas árvores e pedras, grama e escuridão, o fogo... ardente, o crepitar... o ritmo de tua respiração o beijo, o vermelho... o sangue, o fogo... o desejo.
A dança... provocação - sensualidade, sedução... o toque, sensação - a noite, o fogo - momento, a ocasião - a entrega...motivo causador... o amor, o desejo, o vinho, o calor...

Crepúsculo - Florbela Espanca

Teus olhos, borboletas de ouro, ardentes
Borboletas de fogo, de asas magoadas,
Zousam nos meus, suaves e cansadas
Como em dois lírios roxos e dolentes...

E os lírios fecham... Meu amor não sentes?
Minha boca tem rosas desmaiadas,
E as pobres mãos são maceradas
Como vagas saudades de doentes...

O Silêncio abre as mãos... entorna rosas...
Andam no ar carícias vaporosas
Como pálidas sedas, arrastando...

E a tua boca rubra ao pé da minha
É na suavidade da tardinha
Um coração ardente palpitando

...

Agradecimento a JP pelo vinho que possibilitou este texto...

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