domingo, março 22, 2009

Um pito



Olha guri
Repares o que estás fazendo
Depois que fores é difícil de voltar
Aceite um pito e continues remoendo
Teu sonho moço desse rancho abandonar

Olha guri
Lá no povo é diferente
E certamente faltará o que tens aqui
E só te peço não te esqueças de tua gente
De vez em quando manda uma carta guri

Se vais embora por favor não te detenhas
Sigas em frente não olhes para trás
Que assim não vais ver a lágrima existente
Que molha o rosto do teu velho meu rapaz

Olha guri
Pra tua mãe cabelos brancos
E pra este velho que te fala sem gritar
Pesa teus planos eu quero que sejas franco
Se acaso fores pega o zaino pra enfrenar

Olha guri
Leva uns cobres de reserva
Pega uma erva pra cevar teu chimarrão
E leva um charque que é pra ver se tu conservas
Uma pontinha de amor por este chão

Se vais embora por favor não te detenhas
Sigas em frente não olhes para trás
Que assim não vais ver a lágrima existente
Que molha o rosto do teu velho meu rapaz

Algumas coisas somente o tempo nos mostra, passei minha vida pensando em algo e este momento mostrou-me o que sempre quis saber porém realizou-se em um momento tardio de passagem mas que sempre tenho em minha memória e quero tê-lo em vida por todo o sempre...

sexta-feira, março 06, 2009

It´s a Long Road




Woke up this morning
Singing an old, old Beatles song
We’re not that strong, my lord
You know we ain’t that strong
I hear my voice among others
In the break of day
Hey, brothers
Say, brothers
It’s a long long long long long long long long long long long long long long long long way


Os olhos da cobra verde
Hoje foi que arreparei
Se arreparasse a mais tempo
Não amava quem amei

Arrenego de quem diz
Que o nosso amor se acabou
Ele agora está mais firme
Do que quando começou

It's a long road

A água com areia brinca na beira do mar
A água passa e a areia fica no lugar

E se não tivesse o amor
E se não tivesse essa dor
E se não tivesse sofrer
E se não tivesse chorar
E se não tivesse o amor

No Abaeté tem uma lagoa escura
Arrodeada de areia branca

Com quanto paus se faz uma canoa para partir...
Com quanto palitos se enche o paliteiro para se ter...
Com quanto sentimento encho meu coração para te amar...

Provérbio triste e inquietante de um ano com quatro estações... primavera com nossas flores, o verão com o nosso calor, outono com ambas maturidades e o inverno frio da ausência... cadê você...

Te vejo tão perto, te sinto tão longe... quanto enigmático posso ser o ser que não me faço perceber... estava eu sozinho? como entender?

Deixarei de palavras na terra do sol onde o inverno castiga e as flores também podem murchar...

É verdade, é perigoso ficar aqui fora... sozinho... porém melhor fora acompanhado do que dentro... sozinho... sozinho...